Sustentado pela soberana graça — para sempre
36 > Agora, pois, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está entregue nas mãos do rei da babilônia, pela espada, pela fome e pela peste. 37 Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os lancei na minha ira, no meu furor e na minha grande indignação; tornarei a trazê-los a este lugar e farei que nele habitem seguramente. 38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 39 Eu lhes darei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. 40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. 41 Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma. 42 Porque assim diz o senhor: Assim como fiz vir sobre este povo todo este grande mal, assim lhes trarei todo o bem que lhes estou prometendo.
O que é graça sustentadora?
Estamos celebrando 125 anos da graça sustentadora de Deus. Mas o que é a graça sustentadora? Permita-me expressar isso em uma rima de quatro linhas:
Nem a graça exclui a alegria que não seja verdadeira,
Nem a graça exclui a fuga de todo sofrimento, mas:
A graça que ordena nossa aflição e sofrimento,
Na escuridão, está ali para nos sustentar.
Enfatizo isso porque celebrar uma graça que não exclui a alegria que não é verdadeira e concede fuga de toda aflição e não ordena nosso sofrimento seria biblicamente falsa e irrealista experimentalmente.
**… Em um acidente de carro quase fatal*
Nossa experiência e a Bíblia nos ensinam que a graça não impede o sofrimento, mas ordena, planeja e avalia nosso sofrimento e então, na escuridão, está ali para nos sustentar. Por exemplo, outro dia Bob Ricker, Presidente da Convenção Geral Batista, falou de lembretes preciosos da graça sustentadora. Não mais que dez anos atrás, Bob e a filha de Dee tiveram um sério acidente de automóvel. Ela está viva hoje por uma única razão. No carro, atrás dela, havia um doutor que lhe ocorreu de ter um tubo endotraqueal em seu bolso. Pelo tempo que ele se aproximou ela já estava ficando azul.1 Ele forçou o tubo para dentro de sua garganta e salvou a vida dela. Quando ela se casou, poucos anos mais tarde, Bob lhe disse: estas cicatrizes faciais com as quais você têm que conviver são memoriais da graça sustentadora.
Bob Ricker não é ignorante. Ele sabe que se Deus pode ordenar que no carro atrás haja um doutor e este doutor tem um aparelho respiratório em seu bolso e ele tem a presença de espírito de usá-lo parra salvar a vida de alguém, então este Deus é plenamente capaz de prevenir o acidente em primeiro lugar. De fato, anteriormente, Bob havia citado Efésios 1,11: “Fomos predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade”. E enfatizou: “Todas as coisas significam todas as coisas” — incluindo, presumo, as direções dos carros e dos aviões, das flechas e balas. Essa foi a inspiração de meu pequeno poema:
Nem a graça exclui a alegria que não seja verdadeira,
Nem a graça exclui a fuga de todo sofrimento, mas:
A graça que ordena nossa aflição e sofrimento,
Na escuridão, está ali para nos sustentar.
… Quando o carro quebra
Em um sábado, Noel, Abraão e Talitha estavam viajando para Geórgia de carro e ele quebrou em um trecho solitário, a uma hora de Indianápolis. O radiador estava detonado. Um fazendeiro de aproximadamente sessenta e poucos anos encostou o carro e ofereceu ajuda. Noel diz que eles precisam de um hotel à beira de rodovia e espera que, na segunda-feira de manhã, talvez, tenha uma oficina aberta para consertar o carro. O fazendeiro diz: “Vocês gostariam de ficar comigo e minha esposa?” Noel hesita e não quer dar trabalho ao casal. O fazendeiro diz: “O Senhor disse que quando servimos os outros é como se o estivéssemos servindo”. Noel diz: “Bem, poderíamos ir à igreja com vocês pela manhã?” Ele diz: “Se vocês quiserem podem ir a uma igreja Batista”.
Assim, eles permaneceram com o fazendeiro, que também era um mecânico de aviação e diagnosticou o problema, dirigiu para a cidade na segunda-feira de manhã, comprou um novo radiador, retornou, trocou a peça sem qualquer despesa para eles e enviou a família para a estrada de viagem. Nesse ínterim, Barnabas, o fazendeiro, pegou a vara de pescar do carro e pescou um peixe-gato que media quase 23 centímetros — para encerrar tudo bem.
Deus pode fazer com que um fazendeiro pare para ajudar Noel; provê para que ele seja um cristão (mesmo um batista) e, juntamente com a esposa tenham um quarto para a família se hospedar; seja um mecânico, e a primeira coisa que faz na segunda-feira pela manhã é encontrar um radiador e está disposto a fazer tudo isso pelo tempo que for necessário, e tem um pequeno lago com peixe-gato — este Deus é perfeitamente capaz de impedir que um radiador exploda no meio de Indiana.
… Quando a cura não acontece
Mas neste mundo corrompido de tolice isso não é tudo que a graça realiza.
Nem a graça exclui a alegria que não seja verdadeira,
Nem a graça exclui a fuga de todo sofrimento, mas:
A graça que ordena nossa aflição e sofrimento,
Na escuridão, está ali para nos sustentar.
Um dos jovens em nossa igreja está em um poço profundo, neste momento, que está testando sua fé quase que ao limite. Ele disse para mim recentemente que seria mais fácil se Jesus não tivesse curado, mas em vez disso, tivesse concedido graça para suportar a ausência de cura. Eu disse a ele: “É exatamente isso que Jesus fez — e de fato, por esta razão — em 2 Coríntios 12,9-10, a graça de Deus ordena que Paulo tenha um espinho na carne para que ele seja humilde e em seguida esta graça não o removeria em resposta a sua oração. 9 Mas o Senhor exclama a Paulo:
‘A minha [sustentadora] graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa nas fraquezas’.
Ao que Paulo responde:
De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. 10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”
Nem a graça exclui a alegria que não seja verdadeira,
Nem a graça exclui a fuga de todo sofrimento, mas:
A graça que ordena nossa aflição e sofrimento,
Na escuridão, está ali para nos sustentar.
… Quando a igreja é incendiada
No dia 16 de março de 1885, em uma segunda-feira, quando a Bethlehem Baptist Church (Igreja Batista Belém) completava 14 anos e estava localizada na esquina da Avenida 12 e Rua 6 (onde a Douglas Company está situada agora), a igreja pegou fogo. Ela foi destruída sem qualquer possibilidade de reforma. Mas, naquela escuridão, houve um prodígio da graça de Deus. A parte do telhado onde o bombeiro estava posicionado foi a única parte que não desmoronou. E em sete semanas a igreja comprou o edifício da Second Congregational Church (Segunda Igreja Congregacional) onde adoramos por 106 anos até que esse edifício foi terminado em 1991.
Agora, o Deus que pode poupar um bombeiro por sustentar parte de um telhado fragilizado e pode planejar um edifício novo e melhor em sete semanas, poderia ter evitado o fogo em primeiro lugar.
Espero que o fato esteja claro: Estamos celebrando a graça sustentadora
A graça que ordena nossa aflição e sofrimento
Na escuridão, está ali para nos sustentar.
Deus nem sempre evita a calamidade
Nosso texto em Jeremias 32 é sobre esse tipo de graça sustentadora que tem o segredo, pois a Bethlehem Baptist Church está viva na cidade até hoje depois de 125 de provações. Jerusalém e o povo escolhido de Deus estão em trevas e tormento. E é o próprio Deus que ordena esse estado de coisas. Examine o versículo 36: “Agora, pois, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está entregue nas mãos do rei da Babilônia, pela espada, pela fome e pela peste”. É isso que dizem a respeito da cidade. E é verdade. A graça não os poupou dessa calamidade. Nem a graça de Deus o poupará da calamidade designada para você.
Mas o que dizem a respeito dos escolhidos de Deus não é a palavra final. Deus tem a última palavra. E é uma palavra de graça. O versículo 37 “Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os lancei na minha ira, no meu furor e na minha grande indignação; tornarei a trazê-los a este lugar e farei que nele habitem seguramente”. Desse modo, Deus declara que ele ordenou a aflição e o sofrimento. “Eu os lancei” para estas terras estrangeiras. E enuncia que ele próprio os libertará e os trará de volta para ele mesmo e para suas terras. Em outras palavras, a graça soberana eventualmente triunfará sobre a calamidade.
Como podemos estar certos do triunfo da graça?
Se Deus é um Deus de justiça que pode enviar Israel para o exílio devastador onde muitos se perdem devido aos seus pecados e à desobediência, então como podemos ter certeza de que isso não acontecerá com o povo escolhido de Deus hoje — a igreja, a noiva de Cristo, o verdadeiro Israel, você e eu, que foram chamados a uma comunhão com o seu Filho? Há uma pergunta a ser feita: por que Bethlehem tem durado 125 anos? Mas uma questão ainda mais urgente: como podemos estar certos de que a graça triunfará em favor de Bethlehem e em nossas vidas no futuro? Como podemos estar certos de que a graça o sustentará até o fim na fé e na santidade que o levará você salvo para o céu?
É sobre isso que trata o restante desta passagem. A resposta é: a graça sustentadora em favor do povo escolhido de Deus é graça soberana. Isto é, a graça sustentadora é graça onipotente. A graça que vence os obstáculos e preserva a fé e santidade que nos leva daqui para o céu. Esta é a nossa única segurança para o futuro. Você e eu, em nós mesmos, somos inteiramente volúveis e falíveis. Se fôssemos abandonados aos nossos próprios recursos para perseverar, iríamos naufragar em nossa fé, isto é certo. É por essa razão os santos oram por séculos:
O quão devedor eu sou à tua graça
Diariamente sou obrigado!
Permita que a tua bondade como um grilhão
Prenda a ti meu coração errante:
Senhor, sinto que sou propenso a ser errante,
Propenso a abandonar o Deus que amo;
Aqui está meu coração, ó, toma e sela;
Sela para as tuas cortes no céu.
É dessa forma que os santos deveriam orar? É assim que você deve orar pelo seu futuro e pelo futuro de Bethlehem? Este é o modo bíblico de orar? Faça sua bondade ser como um grilhão — uma cadeia — que prende meu coração errante a ti. Sele meu coração com um laço inquebrável para as cortes do céu. Em outras palavras: guarda-me! Preserva-me! Derrota toda rebelião que se insurge! Vença toda dúvida trivial! Liberta de toda tentação destrutiva! Anula toda sedução fatal! Exponha toda trapaça demoníaca! Arrasa todo argumento arrogante! Molda-me! Inclina-me! Domina-me! Faça o que for preciso para me manter confiando e temendo ao Senhor até a vinda ou o chamado de Jesus. Que possamos orar e cantar dessa forma?
A resposta desse texto é sim. Esse tipo de canto e oração está arraigado na promessa do novo pacto da graça soberana e sustentadora. Vamos lê-lo. Tenha em mente que esta é uma das diversas promessas do Antigo Testamento do novo pacto que Jesus selou com o sangue para todos que estão nele. Não somente para os judeus, mas para todos aqueles que são verdadeiros judeus pela virtude da união com Jesus, a descendência de Abraão (Gálatas 3,7-16). Jeremias 32,38-41 declara:
38 Serão eles o meu povo, e eu serei o seu Deus. 39 Eu lhes darei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. 40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem, e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. 41 Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem, plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração, e de toda minha alma.
Quatro promessas da graça soberana e sustentadora
Note quatro promessas da graça soberana e sustentadora
1. Deus será nosso Deus
Deus promete ser nosso Deus. Veja o versículo 38: “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus”. Todas as promessas para o seu povo são resumidas nisto: “Eu serei o seu Deus”. Isto é, usarei tudo o que sou como Deus — toda minha sabedoria, todo meu poder, e todo meu amor — para contemplar que vocês permaneçam como meu povo. Tudo que sou como Deus, eu exerço para o bem de vocês.
2. Deus promete mudar nossos corações
Deus promete mudar nossos corações e fazer-nos amá-lo e temê-lo. Atente-se para o versículo 39: “Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias... (v. 40b) e porei o meu temor no seu coração”. Expressando de outro modo, Deus não vai simplesmente ficar parado para ver se nós, pelos nossos próprios recursos, temeremos a ele; Deus, por sua soberania, supremacia e misericórdia, concede-nos o coração de que precisamos e nos dá a fé e o temor de Deus que nos levará ao céu. Eis a graça soberana e sustentadora. (veja Deuteronômio 30,6; Ezequiel 11,19-20; 36,27).
3. Deus promete que não nos afastaremos dele
Deus promete que ele não se afastará de nós e nós não nos afastaremos dele. Eis o versículo 40: “Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem, e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim”. Em outras palavras, a ação do coração de Deus é tão poderosa que ele garante que não nos apartaremos dele. Essa é a novidade sobre o novo pacto: a promessa de Deus de cumprir pelo seu poder as condições que devemos satisfazer. Precisamos temê-lo, amá-lo e confiar nele. E Deus declara que verá isso acontecer. “Porei o meu temor no seu coração” — não para ver que eles farão com este temor, mas de tal forma que “eles não se apartarão de mim”. Essaé graça soberana e sustentadora.
4. Deus promete realizar isso com intensidade infinita
Finalmente, Deus promete realizar essa graça com a maior intensidade imaginável. Ele a expressa de duas formas, uma no começo e outra no final do versículo 41: “Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem, plantá-los-ei firmemente nesta terra, *de todo o meu coração, e de toda minha alma”. Primeiramente, ele afirma que exercerá essa graça soberana e sustentadora com alegria: “Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem”. Em seguida, ele diz (no final do versículo 41) que exercerá sua graça soberana e sustentadora “de todo o meu coração, e de toda minha alma”.
Como é grande o desejo de Deus de lhe fazer o bem
Ele se alegra em lhe sustentar e se alegra com seu coração e sua alma. Agora, eu lhe peço, não com exagero de passar sermão ou floreio retórico ou com um senso de relato hiperbólico; de forma alguma: peço a você, eu lhe desafio, você pode conceber a intensidade do desejo que seja maior que o desejo habilitado por “todo o coração de Deus e toda a alma de Deus”? Suponha que você tome todo o desejo por comida, sexo, fama, dinheiro, poder, sentido da vida, amigos, segurança dos corações e almas de todos os seres humanos na terra — digo aproximadamente seis bilhões, e coloque esse desejo em um contêiner. Como você compararia esse desejo humano reunido em um contêiner com o desejo de Deus de lhe fazer o bem que está envolvido nas palavras: “de todo o meu coração, e de toda minha alma”? Você compararia esse desejo com um dedal em contraste com o oceano Pacífico. Porque o coração e a alma de Deus são infinitos. E os corações e as almas dos homens são finitos. Não há intensidade maior que a intensidade “de todo o coração de Deus, e toda a alma de Deus”.
E esta é a intensidade da alegria que ele tem em sustentá-lo com a graça soberana: “Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem... de todo o meu coração, e de toda minha alma”. Alguns de vocês podem estar provando a bondade dessa graça pela primeira vez esta manhã. Eis a obra do Espírito Santo em sua vida e insisto para que você se renda e seja dominado pela graça soberana e sustentadora.
Outros de vocês vivem nessa doce segurança por décadas e, simplesmente, se unem a mim nesta manhã para exultar sobre essa gloriosa realidade em nossas vidas. Eu lhe convido a cantar comigo, a bendizer o Pai, o Filho e o Espírito Santo pela graça soberana e sustentadora que nos preserva como uma igreja por 125 anos e preservará os eleitos de Deus na fé até que Jesus venha ou nos chame.
Nem a graça exclui a alegria que não seja verdadeira,
Nem a graça exclui a fuga de todo sofrimento, mas:
A graça que ordena nossa aflição e sofrimento,
Na escuridão, está ali para nos sustentar.
1 Sintoma decorrente da cianose, que é a falta de oxigenação no sangue.