Reflexões sobre a Emenda Estadual do Casamento proposta em Minnesota

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Founder & Teacher, Desiring God

Em 21 de Setembro de 2011, a proposta da Emenda sobre Casamento em Minnesota foi aprovada pela Câmara dos Deputados por uma votação de 70 contra 62. Isto significa que o tópico será colocado em votação na eleição de 2012.

Se a emenda for aprovada em Novembro do ano que vem, o Artigo XIII vai ser alterado para incluir as palavras, "apenas a união entre um homem e uma mulher será válida ou reconhecida como casamento em Minnesota."

A pergunta apresentada aos eleitores será: "A Constituição Minnesota deve ser alterada para garantir que apenas a união entre um homem e uma mulher seja válida ou reconhecida como casamento em Minnesota?"

Aqui estão algumas reflexões enraizadas nas minhas convicções cristãs e bíblicas que podem ajudar a analisar esta questão. Espero que ajudem.

1. Não há tal coisa como o chamado "casamento gay".

Com exceção de uma frase como esta, eu não acho que deveríamos usar o termo "casamento gay"ou "casamento de mesmo sexo". Acredito que no nosso discurso do dia-a-dia deveríamos dizer "o chamado casamento gay" ou "o chamado casamento de mesmo sexo". Eu encorajaria políticos, pastores e pessoas a adotarem este hábito simples.

A razão é que aos olhos de Deus, não há tal coisa como o chamado "casamento gay". Simplesmente não existe. Não pode ser trazido a existência através de desejos ou decisões ou expressões ou leis. Deus ordenou o casamento com as palavras: "Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." (Gênesis 2:24). O casamento é a união entre um homem e uma mulher em uma aliança para a vida toda como marido e mulher.

Humanos não criam ou definem casamento. Deus o faz. Nem todos crêem nisto. Mas aqueles que crêem, não deveriam usar o termo "casamento" para se referir a nenhum outro relacionamento se não aquele que Deus ordena.

2. As relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são pecado.

Quando o relacionamento do homem com Deus foi quebrado no começo da raça humana, incontáveis benefícios foram perdidos, incluindo o prazer puro da sexualidade. Quando o eixo vertical da existência foi desordenado, o eixo horizontal também o foi.

Há muitas manifestações trágicas dessa desordem na esfera da sexualidade. Por exemplo, narcisismo, exibicionismo, bestialidade, pornografia, fornicação, adultério, abusos, coerção. Todos nós somos sexualmente quebrados de uma maneira ou de outra e necessitados da misericórdia que perdoa e cura, que vem somente através de Jesus Cristo.

Uma das manifestações desta desordem horizontal da nossa sexualidade é o desejo pelo mesmo sexo. Milhares de pessoas decentes e morais, incluindo cristãos, encontram esse distúrbio em seus desejos. Muitos não o querem, mas ele está lá. O apóstolo Paulo descreve as suas raízes, junto com outros pecados, na quebra do relacionamento do homem com Deus.

[Os humanos] mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador... Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza. (Romanos 1:25-27)

Isso não significa que toda pessoa que identifica o desejo pelo mesmo sexo em seu coração conscientemente o trouxe sobre si mesmo trocando Deus por uma mentira. Algumas das pessoas que mais honram a Deus e exaltam a Cristo podem encontrar-se com distúrbios profundos.

O ponto que Paulo traz é que, em termos gerais entre a raça humana, um desejo desorientado por Deus resultou em um desejo desorientado por pessoas. Desejo homossexual é uma das formas desses transtornos. Há outros.

Como no caso de outros desejos desordenados, Deus proíbe que cedamos a desejos pelo mesmo sexo. Por exemplo, o apóstolo diz: "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os que praticam homossexualidade" (1 Coríntios 6:9-10).

Portanto, a prática da homossexualidade é um pecado. E nós podemos ver a partir deste mesmo versículo que o adultério heterossexual também é um pecado. Ambos os pecados são uma rendição aos prazeres de desejos sexuais desordenados. Homens não devem desejar outro homem ou a mulher de outro homem. Portanto, Deus proíbe que ajamos impulsionados por esses desejos.

Conscientes de quão profundamente dependemos da misericórdia de Deus para perdoar os nossos pecados, e para curar nossa peculiar condição de pecado, os cristãos deveriam ser tardios para se irar e rápidos em se compadecer. Jesus não tolerava o pecado, mas era compassivo com o coração quebrantados dos pecadores. Mesmo da cruz ele orou por seus adversários orgulhosos: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"(Lucas 23:34). Joe Hallet, quem morreu com Aids em 1997, me ajudou a experimentar como convicção e compaixão se unem. Oro para que esta notável e rara combinação possa permear toda a comunidade Cristã enquanto o debate sobre casamento continua.

3. Nem todos os pecados deveriam ser proibidos por lei humana, mas alguns deveriam.

Quase todos concordam que há ações antiéticas que não deveriam ser ilegais, e algumas que deveriam. Quase todos concordam que o roubo e assassinato são ações antiéticas que devem ser proibidas pela lei humana. Se a vida e os bens não forem protegidos por lei, viver em sociedade torna-se praticamente impossível.

Mas onde traçar a linha em que ações antiéticas são determinadas ilegais é um julgamento que, no nosso sistema de governo é feito por legisladores eleitos. É um sistema muito bom que equilibra a liberdade da consciência humana (Lucas 12:57, 2 Coríntios 5:11, Atos 17:11) com os direitos do governo para fazer leis e usar a força (Romanos 13:1-4).

Por exemplo, assistir pornografia não deve ser proibido por lei humana. Com certeza, o uso lascivo de pornografia desonra o projeto de Deus para a sexualidade, causa dano aos relacionamentos homem-mulher, e corrompe a capacidade de sentir afeições santas. É pecado. Mas não deve ser proibido por lei humana.

Algumas das razões seriam 1) sem uma base comum de santidade bíblica, a definição precisa do que é aceitável para assistir envolveria nossos legisladores num enredo de disputa infrutífera; 2) a privacidade do ato tornaria a lei praticamente inaplicável; e 3) a forma indireta em que as pessoas são feridas tornam inviável que se possa lidar com a lei numa proporção adequada. Portanto, há muitos comportamentos pecaminosos que não deveriam ser ilegais.

É claro que algumas leis são necessárias em relação ao casamento. Pode-se observar isto com mais clareza em relação às crianças. A união sexual no casamento geralmente produz crianças. Casamento cria uma reivindicação comum dos pais para ter o direito de criar seus filhos. Estes direitos dos pais deve ser protegido por lei, por causa da realidade do sequestro e por causa de conflitos de custódia que surgem com o divórcio.

Há muitas outras leis relativas ao casamento, como as leis de herança, e os direitos dos casais de possuir bens ou declarar imposto de renda juntos, e assim por diante. O inevitável significado legal do casamento torna imperativo que haja uma clara definição estatutária do que ele é.

5. É sábio que nossas leis definam casamento como sendo entre um homem e uma mulher.

Não é porque a prática homossexual ou relacionamentos de mesmo sexo devem ser legalmente interrompidos. É porque não devem ser legalmente sancionados. A questão não é se as uniões homossexuais são permitidas, mas se elas são institucionalizadas. A questão não é se vamos tolerar relacionamentos do mesmo sexo, mas se nós vamos desenvolvê-los como base para a sociedade. A questão não é se vamos banir um pecado em particular, mas se vamos impor à socedade a aprovação daquele pecado. A questão não é se prevenimos um comportamento pecaminoso, mas se nós o encaixamos em nossas leis.

Eu não estou estabelecendo um caso para acusação jurídica da prática homossexual. De igual maneira, eu não defenderia perseguição legal da fornicação heterossexual. Mas protestaria contra a institucionalização da fornicação, ou tornar isso um bloco de construção da sociedade, ou impor a sua aprovação, ou encaixar-la em nossas leis. Uma coisa é tolerar o pecado. Outra é construir a sociedade sobre esta base.

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Que Deus tenha misericórdia de nós. As leis não são o nosso Salvador. Precisamos de um grande despertar para a verdade e a glória de Jesus Cristo muito mais do que precisamos de uma emenda sobre casamento. Nossa esperança está na obra de Jesus--por nós na cruz, e em nós pelo seu Espírito. Seja grato pelas leis e por políticos corajosos que servem sua comunidade, mas viva para o evangelho e para a glória de Cristo (Marcos 8:35).